Se nunca ouviu falar em reserva de emergência, não sabe como construir ou não faz ideia da importância disso para a sua qualidade de vida, este artigo é para você.
O setor bancário é altamente lucrativo no Brasil e o principal motivo para isso é a falta de educação financeira das pessoas. O brasileiro poupa muito menos se comparado a pessoas de outros países. Assim, temos uma das taxas de juros mais altas do mundo e uma população acostumada a pegar empréstimos para quase tudo.
Portanto, a sua prioridade número um deve ser pagar as dívidas. De nada adianta poupar para ganhar 6% ao ano com investimentos na Poupança enquanto se paga mais de 200% a.a. de juros no cartão de crédito, ou ainda até 500% no cheque especial.
Evite fazer parte do time dos endividados, comece a construir uma reserva de emergência e entre de vez para o time dos poupadores.
A reserva de emergência nada mais é do que um estoque financeiro utilizado para sanar adversidades, despesas imprevistas, comuns na vida dinâmica da sociedade moderna.
Ela tem como objetivo evitar empréstimos e o saque de poupança e/ou investimentos que seriam utilizados para outras finalidades, como viagens, troca de carro, aposentadoria, etc.
As emergências são situações imprevisíveis que podem impactar expressivamente suas finanças a curto prazo, como por exemplo:
- Problema mecânico em automóvel utilizado para trabalho;
- Demissão e demora em conseguir um novo emprego;
- Profissional liberal que sofre acidente e fica impossibilitado de trabalhar por algum tempo.
Uma boa reserva de emergência deve ser suficiente para manter seu padrão de vida pelo tempo em que você não possa realizar suas atividades normalmente. De forma geral, ela deve ser suficiente para que você consiga se manter pelo período de 6 e 18 meses.
Para fazer sua base de cálculo, pegue sua despesa média mensal baseada nos últimos 12 meses. Digamos que a renda seja de R$ 2.000,00 (R$ 24.000,00 anuais). Para uma reserva de 6 meses, seria necessário reservar o montante de R$ 12.000,00, e para 18 meses R$ 36.000,00.
O montante reservado necessário varia de acordo com cada caso, os mais comuns são:
- Funcionários públicos: podem ter uma reserva menor pois possuem estabilidade maior de emprego. A maior preocupação, provavelmente, serão eventuais atrasos de pagamentos. Uma reserva que fique entre 3 e 9 meses pode ser suficiente.
- Funcionários privados: devem ter uma reserva maior que os funcionários públicos devido à menor estabilidade de emprego. Outra variável importante é o tempo para conseguir um novo emprego, existem profissões em que esse tempo é maior. Entre 6 e 18 meses deve ser suficiente para a maioria.
- Casal: a reserva menor, pois a probabilidade de ambos permanecerem desempregados é menor, principalmente se forem em áreas distintas. Entre 4 e 12 meses.
- Solteiro e Profissionais autônomos: renda única e possivelmente variável, precisa levar em consideração os momentos de baixa renda. Entre 6 e 15 meses.
Tudo o que foi apresentado acima são casos e valores de referência, cabe a cada um analisar sua situação especificamente. Quanto mais conseguir prever situações desastrosas, maior será sua reserva para se proteger.
Uma dúvida bastante comum é onde devemos investir os recursos da reserva de emergência.
Os investimentos mais adequados para este caso são os de Renda Fixa, tais como: poupança, Tesouro Selic, CDB, LCI e LCA.
São investimentos que possuem alta liquidez, ou seja, o dinheiro está disponível assim que precisar. De nada adianta investir em aplicações com alta rentabilidade que não permitem o resgate quando necessário.
Uma boa estratégia para os que possuem uma reserva de 18 meses ou mais e desejam equilibrar rentabilidade e liquidez seria a seguinte:
- Nove primeiros meses: investimentos de resgate automático ou liquidez diária.
- Do décimo ao décimo quarto: liquidez de até 90 dias.
- Do décimo quarto em diante: liquidez de até 180 dias.
E aí, aprendeu a construir uma reserva de emergência adequada as suas necessidades? Quer aprender como acabar com as dívidas? Gostaria de saber como diminuir seus gastos? Quer saber mais sobre investimentos? Comente aqui embaixo.