Olá Poupadores e Poupadoras, hoje vamos dar continuidade à análise de uma empresa de tecnologia listada na bolsa de valores, a Valid (VLID3). Sempre recomendamos que você invista de forma fundamentada, e para isso vamos conhecer mais esse negócio.
Para conferir a primeira parte clique aqui.
Para começar, tenho que dizer que é uma empresa complexa, pois ela possui dezenas, talvez até centenas de soluções digitais e tecnológicas. Então não vamos nos ater tanto a cada solução, mas conhecer os principais negócios dos principais segmentos: Identificação, Mobile e Transações.
Identificação
Na parte de identificação a companhia possui diversas soluções, entre elas: carteiras de identidade, certificados digitais, cartões profissionais, biometria digital e facial, outros. A empresa também é responsável pela Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em diversos estados do Brasil, inclusive Sergipe.
Além desses negócios, a empresa também serviços na área de cidades inteligentes para os EUA e para São Paulo. São serviços como cadastramento unificado de carteiras de identidade, mapeamento aéreo de imóveis, entre outros. É uma área bem interessante e que deve gerar cada vez mais receita para a empresa.
As soluções desse segmento são vendidas para o governo, para instituições financeiras, profissionais liberais, varejistas e outros.
Esse segmento do negócio representa 37% da receita e gera 66% do resultado EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) e os principais consumidores dessas soluções estão nos EUA e no Brasil.
Mobile
Nas soluções mobile temos: SIM Cards, eSIM Cards, faturas digitais, soluções para proteção de rede, etc.
Essa parte do negócio é responsável por 22% da receita e apenas 15% do resultado EBITDA. Ela tem margens menores, porém é a fração do negócio que mais está crescendo no momento.
Os clientes da empresa estão distribuídos pelos diversos países do mundo e não tem uma região que é mais predominante que outra.
Transações
Em soluções de: cartões bancários, aplicativos financeiros, sistemas para envio de e-mails, identificação por radiofrequência (RFID), tecnologias para o agronegócio, cobranças eletrônicas, entre outras.
Seus principais clientes estão nos EUA e na América latina e são compostos por bancos, fintechs, varejistas, governo, produtores rurais e pela indústria do entretenimento. São soluções de dados para facilitar tomada de decisões, etc.
Essa é a parte do negócio que possui maior receita, 41% do total, mas gera apenas 19% do resultado EBITDA.
Futuro
Agora que conhecemos um pouco da Valid, é importante falarmos do futuro da empresa.
Em 2018 a empresa comprou a Agrotopus, startup voltada para o setor agropecuário. A Agrotopus visa otimizar a produção agrícola através da ciência de dados e da tecnologia. Para isso, oferece soluções como: fazenda digital, armazém inteligente, comércio, etc.
Esse investimento deve começar a mostrar resultados cada vez mais interessante para a Valid.
Uma outra boa notícia é que a Valid recentemente conseguiu contrato para imprimir as provas do Enem porque a empresa que prestava o serviço decretou falência.
Além desses dois pontos, outros investimentos que vão produzir resultados e também guiarão o futuro da Valid estão relacionados à conectividade.
Algumas das soluções envolvem IoT – Internet das Coisas. Outras estão ligadas a tecnologia de e-SIM Cards, que prometem acabar com a necessidade de um chip físico para telefones celulares. E outras envolvem blockchain, tecnologia por trás das moedas digitais. Enfim, uma imensidão de coisas.
Para fechar
Como vocês viram, é fácil se perder na vastidão de coisas que a empresa faz, isso é um ponto bom e ruim ao mesmo tempo.
Pelo lado ruim, gerir tudo isso aumenta a complexidade do negócio. Por outro lado, essa diversificação diminui os riscos da evolução tecnológica que poderia impactar de forma relevante a empresa caso estivesse concentrada em uma ou poucas tecnologias.
Olhando para o histórico da empresa, ela tem conseguido lidar muito bem com tudo isso, e não é por acaso que sobreviveu a toda evolução tecnológica nesses mais de 60 anos.
Soube se adaptar aos diversos cenários, inclusive pagando dividendos desde que abriu capital na bolsa de valores, mesmo durante a crise recente que o país vivenciou.
E tudo isso sem deixar de expandir seus negócios, inclusive atuando globalmente.
Um ponto de atenção que me deixou com o pé atrás foi sobre a grande remuneração dos administradores, por volta de 20 milhões. Nada contra pagar bem, mas acho um pagamento excessivo levando em consideração que o melhor lucro anual da empresa foi na casa de 130 milhões.
Fora isso, é um ótimo negócio para quem busca dividendos regulares e com boa perspectiva de crescimento. Se um ou outro negócio da empresa emplacar rapidamente, veremos a empresa ser negociada a patamares bem mais interessantes que os atuais.
Acredito que nos preços atuais é um negócio que oferece baixo potencial para quedas e grandes oportunidades para altas, gerando uma relação risco X retorno atraente.
Poupadores e Poupadoras, o que acharam dessa análise? Gostaram da empresa? Deixem um comentário.