Entenda a diferença entre a reserva de emergência e a reserva de oportunidade e saiba como construir a sua

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Entenda a diferença entre a reserva de emergência e a reserva de oportunidade e saiba como construir a sua

Olá Poupadores e Poupadoras, neste artigo vamos falar sobre reserva de oportunidades, tema muito confundido com reserva de emergência.

E começo dizendo logo, são duas coisas completamente diferentes.

Damos o nome “reserva de emergência” àquele dinheiro que deixamos separado para imprevistos como perda de renda, gastos imprevisíveis ou qualquer situação incomum. Saiba mais, clicando aqui.

Já a “reserva de oportunidade” é um conceito diferente, também é um dinheiro guardado, mas a destinação é outra: aproveitar oportunidades que surjam.

Enquanto a primeira tem um foco defensivo, a segunda tem um foco em ganhar mais dinheiro.

As chances são diversas durante a vida, pode ser uma oportunidade única de comprar um bem, como um carro ou uma casa por preços nitidamente abaixo do mercado ou ainda, no mundo dos investimentos em renda variável, adquirir participação em empresas quando estão subavaliadas.

Sendo assim, se você não tem nenhuma das duas, não pense duas vezes: comece pela reserva de emergência. Depois que saiu das dívidas, poupou, construiu a reserva de emergência, investiu e acumulou um patrimônio duas vezes maior que seu ganho anual, é hora de pensar na reserva de oportunidades.

Essa reserva deve estar em investimentos de resgate imediato, afinal os raríssimos momentos de grandes oportunidades não costumam durar muito tempo e você precisa estar preparado justamente no momento em que surgem.

Na bolsa de valores, essas janelas de oportunidades podem durar pouquíssimos dias, normalmente por eventos que pegam todos de surpresa, como uma greve nacional dos caminhoneiros ou ainda uma pandemia.

Esses eventos inesperados trazem grandes incertezas e é bem comum as empresas listadas na bolsa de valores terem quedas em seus preços.

É aí que surgem grandes oportunidades de investimentos, excelentes negócios são negociados por preços, 20%, 30% ou até 50% mais baratos.

A reserva de oportunidade tem um custo, afinal seu dinheiro está aplicado em um investimento de pouca rentabilidade, é o preço da disponibilidade. Por isso, dosar o tamanho da reserva é primordial.

Se seu patrimônio for pequeno e sua reserva de oportunidade for grande, estará praticamente jogando dinheiro fora. E se seu patrimônio for grande e sua reserva nula ou muito pequena, não conseguirá aproveitar o momento bom do mercado e simplesmente verá sua carteira derreter.

Vamos exemplificar para deixar mais claro.

Imagine que começou a investir R$ 200/mês na bolsa de valores, após 10 meses acumulou R$ 2 mil, e então aparece a pandemia do coronavírus. A bolsa derrete cerca de 50%. Seu patrimônio cai metade, para R$ 1 mil. Você não fez reserva de oportunidade, porém continua investindo mensalmente. Três meses depois o mercado tem uma recuperação parcial de 25% e agora seu patrimônio é de R$ 2mil, mesmo valor de antes da crise. Como você tinha pouco dinheiro investido com relação ao valor aportado, não foi preciso ter reserva de oportunidade, poucos meses depois já foi possível voltar ao azul sem ela. Nesse cenário seus próprios aportes são suficientes para aproveitar o momento.

Agora vamos pensar em outro cenário, nesse você já investiu por muito mais tempo, possui R$ 20mil e continua investindo os mesmos R$ 200/mês. Chegou à pandemia e a bolsa caiu 50%, seu patrimônio foi para R$ 10mil.

Caso não tenha reserva de oportunidade, três meses depois seu patrimônio seria de R$ 13.250, caso o mercado ande “de lado” (sem subir ou descer), iria demorar anos até voltar aos R$ 20mil de patrimônio. Nesse cenário, não ter reserva de oportunidade é um risco muito grande.

E se tivesse a reserva de oportunidade, como seria? Digamos que dos R$ 20 mil investidos, R$ 15 mil estivessem em bolsa e R$ 5 mil na reserva de oportunidades. Mesma coisas dos outros exemplos, bolsa cai 50%, seu patrimônio em bolsa vai para R$ 7,5 mil. Você investe toda a reserva de oportunidade, afinal tudo está uma pechinha, mais os aportes mensais. Três meses depois com a mesma valorização dos exemplos anteriores seu patrimônio já está em, conservadoramente, R$ 16.375. Digo conservadoramente, pois as pechinhas que comprou normalmente valorizariam ainda mais. Mesmo o mercado andando “de lado”, você estaria pelo menos 15 meses a frente de seu patrimônio voltar ao patamar pré-crise. 

Espero que com esses exemplos, tenha ficado claro como a reserva de oportunidade pode ajudar o investidor que já acumulou bastante e precisa de algum tipo de proteção barata para a carteira.

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E antes de ir, conta pra gente se já tinha ouvido falar da reserva de oportunidade. Caso tenha, ela corresponde a quantos % da sua carteira? Onde deixa sua reserva? Deixa aqui embaixo um comentário.

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